O coronavírus me fez ir as ruas fotografar a nova rotina do Cascavelense: a verdade de uma nova vida em quarentena.
Não só de fotografia documental de casais se vive uma fotógrafa, dessa vez eu fui registrar a marcas que o coronavírus tem deixado por aí. Primeiramente, pra quem me acompanha e pra quem já me conhece, não é novidade que eu sempre tive interesse – e sempre sonhei – em fotografar o caos e o íntimo das guerras, e possivelmente iria se tivesse oportunidade.
Dessa forma, o coronavírus me deu a oportunidade de estar no “front da guerra”, documentando o que eu pudesse, com todos os cuidados possíveis e imagináveis, da rotina de 328.454 habitantes de uma Cascavel parada, em silêncio.
A princípio, a decisão de fazer essa série fotográfica não foi nada fácil pra mim. Eu pensei em todas as pessoas que eu poderia estar colocando em risco saindo de casa, não apenas arriscando a minha saúde, como também a da minha família.
Contudo, tomei a decisão de que iria passear pela cidade de carro e fotografaria o que eu pudesse de dentro do carro. Não apenas fui equipada com luvas e máscara, mas também com muito álcool em gel.
Então, se eu fosse escrever aqui tudo o que eu senti nesse dia ficaria totalmente confuso. Ao mesmo tempo que eu me senti completamente realizada em estar fazendo parte de um momento histórico da cidade na qual eu nasci, eu também estava tensa e com muito medo do que poderia vir pela frente.
Com o propósito de não perdermos essa oportunidade, saímos de carro, eu e a jornalista Rejane Martins. Visto que quando dei a ideia de fazer um documental sobre a rotina dos serviços essenciais de Cascavel, ela logo topou fazer isso comigo. Afinal, o jornalismo verdadeiro e comprometido tem sido primordial pra que as pessoas se informem a cada dia como está a situação da pandemia na nossa cidade e no mundo.
Portanto, a primeira pessoa que pensamos em fotografar foi a Cris, que está nas ruas todos os dias, ao vivo, atualizando a cidade do que está acontecendo.
” É estranho sentir que de repente não sabemos o que fazer com as 24 horas do dia que parecem intermináveis. Um vírus nos despertou para o que realmente importa.” Disse a Cris, na entrevista pra Revista Aldeia.
Com toda a certeza o vírus nos despertou pra o que realmente importa. De fato eu nunca senti tanta saudade da rotina frenética de trabalho, de dar um abraço na minha mãe, no meu pai, na minha avó…
Enfim, o que nos resta é fechar os olhos, como a Cris (na terceira foto) e mentalizar que o dia de amanhã será melhor. Tudo voltará ao normal.
Com vocês, Cascavel.
Parada.
Em silêncio.
Com os heróis do serviço essencial trabalhando mais do que nunca.
Um muito obrigada a todas as pessoas que estão trabalhando por nós. <3
Enfim, quer ler o conteúdo dessa matéria na íntegra? Dá uma espiadinha lá no site da Aldeia!